Costumam dizer que me tornei poeta
Creio que quem o é, nasce assim
Escrevo para ordenar em minha mente as palavras
Que voam soltas dentro de mim.
Acho injusto as folhas em branco
Sem ideias esperando o nascer
Vejo-as e já escrevo nelas meu pranto
Esculpo nelas na noite o meu querer.
Vago pelas letras bagunçadas
Perdido em uma revoada de pássaros em sua jornada
Vejo duas borboletas brancas atrapalhadas
Sussurrando uma poesia apaixonada.
Arthur Mello Noos