A vez primeira,me maravilhei
embora reticente, me entreguei.
Estava com a vida em ponto morto
meio vivendo em banho- Maria.
Você ativou meu sentir,embora de modo torto
E tomada de surpresa,o primeiro beijo acontecia.
Logo tudo de mim você teria.
Parecia que uma fogueira o consumia!
E eu,cá do meu canto queria e não queria.
Prudência aconselhava e eu nem ouvia.
Começaram desculpas esfarrapadas
sua presença se esgarcava
Até que,com uma explicação desconjuntada
colocaste um final no que nem iniciara.
Fui cuidar dos furos na alma
E reacender minha aura.
Anos depois reprisas a velha história
chegas de mansinho,assoprando cinzas
pegou-me descrente mas ainda imprudente
e assim,despreparada,alma tão inocente
deixei- me enredar no teu feitiço, novamente.
E,assim,abrias- me o sol de dia
E de noite,eras a lua reluzente
acendendo no meu peito,sonhos impudentes.
Indolentemente,minha alma fugia...
Até ela me deixou e fugiu em tua companhia,
sem sequer avisar- me que partia!
MV Dorta escrito em 14.07.2020