Arthur Mello Noos

Do que duvidar

Do que duvidar

Teus belos olhos tristes
Fazem-me pensar na demora do destino,
Gostaria de entender o segredo do tempo,
Para que em tua história eu encontrasse abrigo e meu tino.

A cada sorriso teu meu corpo estremece,
Teu coração retorna a bater...
Creio que ressuscitar é possível e peço uma prece
Onde o amor entre nós volte a nascer.

Não encontro palavras certas para te dizer
Que, mesmo perto, estou distante demais,
O que mais queria era poder te ter
No meu mundo, de forma plena e voraz.

Perco-me em teus olhos, divago em teus gestos,
Penso bobagens sobre nós,
Dou-me por mim só quando indagas
E percebo que ainda sou o mesmo, atroz.

Mulher de perfume doce e de classe sem fim,
A nossa ligação é algo divino e  sagrado,
É explicada apenas por anjos, assim,
E somente com eles ouso falar sobre este fado.

Juramos amizade eterna mesmo a saber
Que o destino implacável e tão cruel,
Nos impede de crer que o amor possa florescer
Em romances intensos no espaço na terra ou no céu.

A chuva mergulha inclinada e cria suas poças
Meus olhos ardem pelas lágrimas salgadas
Teu olhar ainda triste na tua lápide ainda moça
Almas gêmeas sempre estarão interligadas.

 

 

                                                                            Arthur Mello Noos