Flavio Eduardo Palhari

espadas de são jorde

Espadas de São Jorge  (Flavio Eduardo Palhari)

 

não sei bem

se o destino é questão de sorte

como um trem

a vida passa e sempre traz a morte

eu sei bem

por esses trilhos bem ao sul, ao norte

leste e oeste

por onde crescem espadas de são Jorge

os santos esperam em cada estação

lendo seus jornais com cigarros nas mãos

o tempo é bagagem

vagão por vagão

no ar a poeira

no céu redenção ...

não sei bem

se esse caminho abre precedentes

se quem diz amém

graças a Deus ainda segue em frente

nessa vida porem

toda a paisagem passa diferente

segue o trem

e o tempo sempre é um insolente

se a luz em cada túnel abre a escuridão

entre pontes e curvas, nos trilhos dessa nossa ilusão

o tempo é bagagem

vagão por vagão

no ar a poeira

no céu redenção ...

quem senta na janela por vezes não vê o corredor

embarcamos com a passagem, com o destino certo

só esperamos o cobrador ...