Travesseiro, travesseirinho,
começa minhas manhãs, sem me deixar sozinho.
Travesseiro, travesseirão,
encerra meus dias com a cama, que ele chama de irmão.
Guarda-roupa, guarda-roupinha,
nele deixo minhas roupas, mas sem nenhuma calcinha.
Guarda-roupa, guarda-roupão,
prefiro deixar com ele, pois se deixo na cadeira de manhã, penso que é assombração.
Banheiro, banheirinho,
todos os dias é com ele que jogo água no joelhinho.
Banheiro, banheirão,
nele limpo meu espírito e alivio toda a tensão.
Quarto, quartinho,
passo muito tempo nele e espero algum dia ter nele um gatinho.
Quarto, quartão,
prefiro o gato, mas nada contra quem prefere o cão.
Ouvindo música, percebo que é nele que me encontro,
e com a poesia, por mais simples que seja,
conheci um novo eu, um outro.