Carlos Lucena

CATACLISMAS

CATACLISMAS


É. A brasa
Arrasa!
Carvão e carbono
Nas veias do mundo
Em um cinza profundo
Desenha um chão de mortes
E a lâmina tritura a clorofila
Enquanto o chão banhado de plasma
Parece jorrar o carmim
De lágrimas vertidas
De um coração que já não pulsa.
Fogo
Fumaça
Lâmina
Esqueletos torrados
Cremados!
Ó homens, cataclismas!
Onde está teu pulmão?
Respira...
e verás
Sentirás
O ácido
Produzido por tua mão!
Ou não respire
Porque senão engolirás o pó
Que matou os vermes do chão
E carbonizou o gérmen da vida!

Carlos Lucena
(Inspirado no poema SÓ QUEM AMA...CHORA da poetiza Vanda Medeiros: conterrânea, amiga, colega e mestra)