Arlindo Nogueira

CAPITAL DA AMIZADE

Floriu como a flor do lírio

Dando suspiro em jardim

Sobre um dorso verdejante

De mata densa esvoaçante

Donde há mel de guamirim

Cresceu sob louros trigais

Na região do Alto Uruguai

A linda cidade de Erechim

 

Emergiu entre as lavouras

Das gangorras lá da curva

E sob os parreirais de uvas

Trasvasou um airoso vinho

Terra do saudoso Gildinho

Um monarca sem fronteira

Qual tremular da bandeira

Na fronte full do Castelinho

 

O Castelinho é símbolo vivo

História daquela colonização

De polonês italiano e alemão

Abriram o zoom das janelas

Montaram em pingos de sela

Tropearam tipo os mascates

Plantaram trigo e erva-mate

Erechinense da bota amarela

 

Chegar em Erechim à tarde

O Sol arde nas costas gaúcha

Qual boca da cuia que puxa

A seiva duma boa erva-mate

O peão e a prenda no remate

Da porteira içada no portão

Do Paiol Grande da tradição

Nasceu Erechim da Frinape

 

O Erechim é campo pequeno

Na nativa língua Caingangue

Do índio filho do Rio Grande

Nômade de rio campo cidade

De canga de ajoujo e saudade

Arauto das matas desse chão     

Do Erechim ventre da região

Nasceu a Capital da amizade