Isabela Fenix

Suponhamos

Suponhamos, que eles sejam amantes

Apaixonados

 

Suponhamos, que você é você

E que eu sou apenas eu

Admitamos, que não nos amamos

 

Suponhamos...

 

Ei...não sonhe tão alto, o amor te deixou louca.

 

Escuto tua voz ao longe

 

Suponhamos, que eles sejam a cruz e a espada

Que não sejamos amigos

E nem inimigos

Isso detém muito o seu tempo

E você não perde tempo

 

Suponhamos...

Como chegamos aqui?

 

A maldita circunstância, foi a cruz em nosso caminho

Foi a causadora da discórdia

 

Suponhamos, que tu não é, o juíz, o carrasco e a testemunha falsa

 

Então, não me force a encará-lo

Estou tentando, não chorar

 

Suponhamos, que não me chamou assim...

Me quebrou assim

É pedaços aqui e ali

 

E toda vez, que olha assim

Meu coração se desfaz

 

Estou na cruz

Igual a Jesus

E chicotea-me, sem misericórdia

 

Suponhamos, que esqueci. 

Que diabos está fazendo aqui?

 

Eu sei, que não passei de uma mísera folha rasgada

Amassada na lata do lixo descartada

 

Suponhamos...

Estou cansada das tuas mentiras

 

Sou apenas os pontos esquecidos

Esparadrapo, nestas tuas chagas! 

 

E quando olha para mim

Sou as pausas

Um giz quebrado em meio a poeira

 

E tudo soa assim...

Cruz, pontos e espadas

Entre a cruz e a espada