Rafael Magalhães

É sobre querer e não poder.

Como na mais bela paisagem

Sendo cego.

Como na mais linda música

Sendo surdo.

Como estar em frente a sua refeição favorita

E não poder come-la.

É como ter o mundo inteiro

Mas não te-lo pra você –

É como sentir em cada pedaço do coração

Que de tudo tem pra dar certo

Mas que de nada se possui pra fazer acontecer.

 

É como querer nadar e não poder.

Com o mar a sua frente sente-se sem braços.

É como poder ter de tudo 

E não ter nada.

É como sentir-se do mais impotente ser humano.

É como uma pistola carregada,

Sem ter no que disparar

Sente-se em si, um vazio profano.

 

Pergunta a Deus a lição que deveria aprender 

E no maior silêncio não escuta sua resposta.

Pergunta a si mesmo o que deve ser feito

E em sua própria mente as sentenças não se encontram.

 

Sente-se no limbo, onde o amor não importa

Deita-se a chorar em seu próprio leito

Observando dolorosamente 

Em meio as vontades e as competências que se enfrentam

Aquilo que mais ama, se indo novamente.

 

É algo sobre saber do amor

É algo sobre sentir sobre amar

É sobre conhecer sua pessoa

E totalmente contra sua vontade, não pode-la beijar

 

É sobre louvar a lagoa e não poder se banhar

É sobre não entender o porquê

É como ter sede e não a matar

É saber que o amor de sua vida está diante de você

E que em sua vida, não há como ficar.