Pensa-se que a Escuridão é aquela que devora;
Aquela que multila a mente até nada sobrar.
Pensa-se que a Noite é aquela que amedontra;
Aquela que assusta até os olhos chorar.
À meia-noite brilham as estrelas;
Brilham no eterno escuro dos céus.
As estrelas me lembram do que é a mente;
Do que são meus olhos de carne.
À meia-noite cantam os grilos;
Cantam em sinfonia distorcida.
Os grilos me lembram do que é a mente;
Do que são meus ouvidos de carne.
Como é fria a noite.
Como são frias minhas mãos.
Como é fria a Lua.
Como são frios meus pés.
A Escuridão é aquela que revela;
Aquela que te lembra o que é ser.
A Noite é aquela que atenua;
Aquela que alivia o peso de viver.