Sofia Souza

paradoxo

A dualidade me atormenta,

A dor e o alívio vivem em ciclos dentro de meu corpo.

Há dias que sinto ser um rei,

E há dias que sou escravo de meus pensamentos.

Há dias que colocaria meu rosto em todas as paredes,

E há dias que a face do espelho me agonia.

 

Sinto ser um vento esplêndido,

E também um fogo avassalador.

Quero ir embora,

Também quero continuar a perguntar se tem uma cura.

Quero quebrar a corrente ou continuar ser refém,

Correr e ficar.

Amar e odiar,

Te ver ou abandonar.

 

Me curar ou adoecer,

Perdoar ou vingar.

Onde nasceu esse paradoxo,

Nunca vou compreender.