lana moura

esperança em inércia

não existe corpo, lágrimas 

e nem poesias 

que descrevem tanto 

essa hipocrisia

 

em ruas de ouro

a fome acontece 

que devora os sonhos

e o caos permanece 

 

prometeram luzes

entregaram sombras

dignidade roubada 

cujo não se compra 

 

o pobre sonha

o rico cresce

mas quem tudo quer

tudo se perde 

 

justiça silenciada 

grita por resistência 

sonhos roubados

pela imprudência 

 

a ganância 

o homem consumiu 

e a paz

foi o que partiu 

 

até quando 

isso irá nos assombrar 

sem comida, vida e estudo

não iremos parar

 

não existe corpo, lágrimas 

e nem poesias 

nessa imensa dor 

que não se alivia