Divaldo Ferreira Souto Filho

Ledos enganos

Desde que fora descoberto,
Óh, Brasil!
Seja pelo que a escola ensina
Seja pelo sangue quiçá certo
Tenho dó de sua sina,
Da minha e de quem há por vir

Sob teus ricos solos
Índios, escravos e internautas
Irmãos de Eras. Siameses no pensar
Sob teus ares - espíritos sem vozes
Sob tua história - corruptos polos
Fregueses entre si. Fomos. Somos.
Vítimas e algozes

Num espaço com tanto calor
O frio da corrupção nos acinzenta
Ao acalento do berço esplêndido
Porque o ético se cobre escondido?
De formas diversas, damos um jeito
Contra o gelo. Somos este jeito
Ledo engano...

Uma colcha de retalhos usamos
(sem destreza
Aff. Precisamos de sua quentura imersa
Mas se cobrem os pés, congela-se a cabeça
(e vice-versa

À ética tão morna:
- me aqueço, me esqueço!
- sinto frio em meu brio!

Então condenem os pedaços de panos
Consciências que os males são os outros
E não nossas sapiências.. nossas vaidades
Desde o descobrimento, somos cobertos
Às metades

Assim, nós, filhos dos teus solos
Diante as consequências dos gelos
Uma colcha sem retalhos faremos
Aí sim, bradaremos, sem ledos enganos, aos cantos mil:
#aofrionãomaistedeixaremos
Óh, Brasil!!