Heraclítico
Heraclítico é do Ato III do livro Libretos, Fogo - Tarde; diferentemente dos últimos sonetos que postei, que eram Madrugada - Água.
Para cada cidadão que a morte tombar
Uma nova criança poderá nascer
Para cada casa que a pedra perecer
Outra edificação poderá ser um lar
Nas contendas da vida, o ciclone persiste
Tecem na tapeçaria as Moiras errantes
Entre a morte e o renascimento, então constante
A dor e a alegria, em um laço cinza e triste
Ó mundo cruel, de tristeza com tormento
Em cada ruína, um novo vil fundamento
Onde o efêmero abraça o eterno, se encontram
E em cada lágrima, sonhos se desmancham
Assim, celebramos o magma da existência
Entre a perda e a esperança, em eterna cadência