Entre vozes, risos, olhares mil,
Sinto-me uma ilha em mar febril.
As palavras dançam, mas não me tocam,
E as almas passam como quem se desloca.
Meu riso é frágil, uma máscara fina,
Por trás, o vazio, uma dor que ensina.
Cercada de rostos, ainda sou só,
Como árvore esquecida, fincando em pó.
A sombra se alastra dentro de mim,
Um buraco sem fundo, um eco sem fim.
Mesmo o sol, que brilha lá fora,
Não encontra meu peito, que chora.
Mas então, em um livro antigo e sagrado,
Um verso me encontra, um refúgio achado:
“Não temas, pois Eu estou contigo,
Eu sou teu abrigo, teu melhor amigo.”
A tristeza recua, o coração floresce,
A solidão, vencida, enfim se esquece.
Rodeada de luz, o vazio se vai,
E o amor divino em mim se refaz.