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Shmuel

Olhares

São  tantos olhares 

Azuis, verdes, castanho e pretos

Olhares maternos, meigos

Olhares famélicos

Olhares tímidos

Olhares sinuosos e vazio

São  tantos olhares

Que se miram para tantos lugares

Olhares de dó

Olhares de culpas

Olhares de siga em frente

Olhares de bichos, olhares de gente

Tem olhares desconfiados

E aqueles olhares que nos dizem; cuidado.

São  tantos olhares

Normalmente são   em pares

Tem os olhares ímpares também

Tem olhares que não veem ninguém

As vezes trata-se de uma infeliz lesão

Ou uma mera soberba.

São  tantos olhares

Olhares de poetas

Nem sempre em linhas retas

Olhares transcendentais

Olhares que transpassam os portais

Olhares de interesses, os capitais

Olhares sem apegos, outros apegados demais.

Olha-me fixamente e responda-me

Todos os olhares mente

Não  se atreva na reposta.

São  tantos olhares, novos, velhos

Tem os olhares comedidos, oprimidos

Olhares recém- nascidos

Que justificam
uma vida inteira.