São tantos olhares
Azuis, verdes, castanho e pretos
Olhares maternos, meigos
Olhares famélicos
Olhares tímidos
Olhares sinuosos e vazio
São tantos olhares
Que se miram para tantos lugares
Olhares de dó
Olhares de culpas
Olhares de siga em frente
Olhares de bichos, olhares de gente
Tem olhares desconfiados
E aqueles olhares que nos dizem; cuidado.
São tantos olhares
Normalmente são em pares
Tem os olhares ímpares também
Tem olhares que não veem ninguém
As vezes trata-se de uma infeliz lesão
Ou uma mera soberba.
São tantos olhares
Olhares de poetas
Nem sempre em linhas retas
Olhares transcendentais
Olhares que transpassam os portais
Olhares de interesses, os capitais
Olhares sem apegos, outros apegados demais.
Olha-me fixamente e responda-me
Todos os olhares mente
Não se atreva na reposta.
São tantos olhares, novos, velhos
Tem os olhares comedidos, oprimidos
Olhares recém- nascidos
Que justificam
uma vida inteira.