Murcharam no jardim os girassóis
As tulipas se despedaçaram
As rosas que você cuidava
Sentindo a sua falta desmaiaram
O vento que antes soprava seus cabelos
Agora passa soluçando
E as flores que morreram ele foi carregando
Até o próprio vento entende a minha solidão
E a viuves do meu consternado coração
Lembro daquele sabiá que ao romper a madrugada
Vinha para a janela ti dar a alegre saudação
Ao perceber que a nossa simples casa está abandonada
Ele morreu agonizando sua última canção
As próprias cigarras barulhentas
Agora sentem por aquele lugar um grande pavor
Não vejo mais aquelas borboletas multicores
Pois não há mais quem cuide das flores
Estou agora igual um \"irerê descasalado\"
Contemplando nosso rancho abandonado
Tentando suportar a minha mágoa
Meus olhos transbordam tão rasos d\'água
E agora que seu último e eterno lar
É um campo santo
Não ouvirás a agonia do meu pranto
São poemas amorosos, sinceros poemas
Que compreensão?
Você não poderá compreender nunca mais