Breno Pitol Trager

Denuda Lua

Denuda Lua é o primeiro soneto do ato I Água - Madrugada do meu livro Libretos cuja capa vou anexar aqui.

 

Na alba que a lua despe-se do seu vestido,

Revelando segredos que a noite escondeu

No céu enevoado, cintila comovido

Constelações de sonhos; ser amante teu

 

As sombras dançam, num balé enfeitiçado

Ventania uiva serenatas por amor

E o silêncio da noite, ser tão delicado

Faz da lua o espeto a servir-se, sedutor 

 

Oh, lua, guardiã dos amantes perdidos,

Que noturnos encontram nela seu regozijo 

Teu brilho é farol aos peitos machucados

 

E assim, na noite, sob teu banquete devido

Os sonhos florescem, os medos são cuidados

E à veste incinerada, a lua em novo abraso