Denuda Lua é o primeiro soneto do ato I Água - Madrugada do meu livro Libretos cuja capa vou anexar aqui.
Na alba que a lua despe-se do seu vestido,
Revelando segredos que a noite escondeu
No céu enevoado, cintila comovido
Constelações de sonhos; ser amante teu
As sombras dançam, num balé enfeitiçado
Ventania uiva serenatas por amor
E o silêncio da noite, ser tão delicado
Faz da lua o espeto a servir-se, sedutor
Oh, lua, guardiã dos amantes perdidos,
Que noturnos encontram nela seu regozijo
Teu brilho é farol aos peitos machucados
E assim, na noite, sob teu banquete devido
Os sonhos florescem, os medos são cuidados
E à veste incinerada, a lua em novo abraso