Arthur Magalhães

Nosso Desfecho

Hoje,
Com a alma em fragmentos,
Finalizo estes versos,
Carregando a convicção
De que cada momento vivido
Foi palpável e ardente.

As memórias nos envolvem
Como névoa densa,
Cada riso, cada lágrima,
Gravados na alma
Com a intensidade de um fogo eterno.
A ausência tua ecoa
Nos corredores vazios do meu ser,
E a saudade se torna
Um abismo sem fim,
Onde cada suspiro
Carrega o peso da eternidade.

Se pudesse,
Desafiaria o destino
E rasgaria o véu do tempo,
Buscando reconquistar-te com fervor.
Mas não posso isso fazer,
Pois sei que a realidade impõe
Seus limites implacáveis.
Assim, resta-me abraçar a dor
Como uma velha conhecida,
Envolver-me em cada lembrança,
Abrigar cada instante
Num refúgio silencioso,
E permitir que o tempo
Cure suas cicatrizes,
Aliviando a dor profunda,
Convertendo a saudade
Em uma doçura melancólica.

Se um dia te deparares com estas linhas,
Saibas que foste a chama
Que iluminou meus dias mais sombrios,
E, mesmo no desfecho,
Tua essência persiste,
Como um capítulo eterno
No livro indelével da minha existência.