Quanto ao tempo e seu tempo
Quanto tempo já se fez
Que eu te vi, como tu eras
Antes de mudares de esferas
Lembro os dias que em ti fitava meus olhos
E me perguntavas: por que ?
O que foi para me olhares assim
Eu não dizia temer o fim
Eu desconversava , dizendo: não é nada
Só queria registrar você para mim
Nada há de mal em olhar você assim
Eu sentia que ias viajar
E que certamente não irias retornar
Que eu precisaria te desenhar e te patentear
Pois de ti, lembranças somente restaria para mim
E era mais forte que intuição
Um punhal dilacerava dentro do meu coração
Fazendo sangrar confuso de quem seria o afastamento afinal
Quase sempre eu a ti pedia
Deixa me deitar sobre teu peito
Como no princípio da nossa vida eu fazia
Como um travesseiro te fazias
No deleite do pós intimidade
Um cochilo ingênuo e sem vaidade
Só para vivenciar a proteção que me passava
Pois minha vida tinha, na sua, razão de ser...
Lucita Viuva Poeta 17 de Janeiro de 2025