enrolo os meus dedos em seus cabelos
minhas mãos em suas costas pelo à pelo
seus seios se debruçam em nossos lençóis
procurando meus lábios
mamilos eriçados
como duas montanhas que abrigam o pôr do sol
seu cio entre as suas pernas torneadas
derrete o chão enquanto o céu desaba
gritos no silencio de obscenas palavras
entre duas almas que se tornam uma só
dois corpos no bale do tempo
em forte e fracos leves momentos
tempo
louco tempo enganando os ponteiros
suas mãos que abre o que a minha língua procura
o gosto amargo e doce de toda a luxuria
são horas e horas para frente e para trás
nessa gangorra insana de pecado fugaz
suas unhas agridem a minha carne que sangra
me morde e me arranha
te prendo na cama com as cordas desse amor
algemas sem dor
sem preguiça e sem pudor
duas vidas presentes
passadas
surgidas
minha língua em tua língua
gozo
porra e saliva
amor
(Flavio Eduardo Palhari)