Flavio Eduardo Palhari

Pompeia

 

 enrolo os meus dedos em seus cabelos

minhas mãos em suas costas pelo à pelo

seus seios se debruçam em nossos lençóis

procurando meus lábios

mamilos eriçados

como duas montanhas que abrigam o pôr do sol

seu cio entre as suas pernas torneadas

derrete o chão enquanto o céu desaba

gritos no silencio de obscenas palavras

entre duas almas que se tornam uma só

dois corpos no bale do tempo

em forte e fracos  leves momentos

tempo

louco tempo enganando os ponteiros

suas mãos que abre o que a minha língua procura

o gosto amargo e doce de toda a luxuria

são horas e horas para frente e para trás

nessa gangorra insana de pecado fugaz

suas unhas agridem a minha carne que sangra

me morde e me arranha

te prendo na cama com as cordas desse amor

algemas sem dor

sem preguiça e sem pudor

duas vidas presentes

passadas

surgidas

minha língua em tua língua

gozo

porra e saliva

amor

 (Flavio Eduardo Palhari)