Soturna e muda anda pelos claustros,
Nos bosques tenebrosos vai seguindo,
Deixando d\'amargura os teus rastros,
E peitos solitários lhes ferindo...
Tens a dolência das noites sem astros,
Essas noites lentas que vão partindo,
Silenciosas sobre os alabastros,
E sombras funerárias vos cobrindo...
Noiva do tédio, a dama sombria,
Minh\'alma em dores inolvidáveis
Sentiste-lhe tocares co\'a mão fria.
Rezo calado ainda Padre-Nossos,
Enquanto não vão luares memoráveis
Voarem sobre a cinza dos meus ossos...
Thiago Rodrigues