A desinformação é duvidosa,
divide, induz, nadifica e silencia,
faz a consciência ficar morosa,
engessada, oclusa e muita fria.
Quando o difundir ganha um ileal acento,
se enche de infecção e rejeito,
o universo se torna um excremento,
emburrecido com o altear do preconceito.
E, para uma concordância perfeita,
mesmo que a retórica não esvazie o entendimento,
é necessária que a mentira digital seja desfeita,
pelo bem da informação e do conhecimento.
Que a necedade não se torne uma vitrine,
para a condução do malefício e do ódio,
e que a falsidade não dissemine,
e nem se fixe no topo do pódio.
A inteligência não deve ser um artifício mental,
nem o cérebro um adereço de gaiola,
para que não haja um cárcere virtual,
transformando o livre-arbítrio numa esmola.
O fato é um bem a ser consumido,
diferente da intrujice e da balela,
e quando o barbarismo se sente permitido,
o respeito e a paz deteriora, acaba, cancela.
Ainda que a “meta” seja dessisa,
não faça do “x” um aceite,
o esgoto da indiferença causa ojeriza,
não torne a aversão em deleite.
A cólera e o ódio são artimanhas,
frutos de uma intolerância ardilosa,
que rabiscadas em notícias patranhas,
pode virar uma contrafação perigosa.
E que, acima do fato controverso,
recebido sem o devido confirmar,
não faça um julgamento infame e perverso,
e muito menos, se deixe contaminar.
A farsa não deve ser expressão de liberdade,
nem o aceitar uma vitória da arrogância,
que, acima de tudo, vença a dignidade,
sem regalia, egoísmo, inveja e ganância.