A noite caía lentamente, envolvendo a cidade em um cenário de silêncio quebrado apenas pelo sussurro distante do vento. No meu pequeno apartamento, o mundo lá fora parecia perder a importância, enquanto dentro, um universo inteiro nascia entre nossos olhares e toques. O quarto, iluminado apenas pela luz tênue que escapava pelas cortinas, era o cenário perfeito para mim e para você, como se o tempo houvesse se curvado para permitir que aquele nosso momento existisse.
Eu te segurava com delicadeza, temendo que você pudesse desaparecer a qualquer instante, como um sonho que se desfaz ao despertar. Meus dedos deslizavam pela sua pele, traçando linhas invisíveis de desejo que se acendiam a cada toque. Você fechava os olhos, se entregando ao calor que crescia entre nós, enquanto eu sentia cada parte de mim responder ao seu contato, como se, depois de tanto esperar, nossos corpos finalmente tivessem se encontrado.
O silêncio era profundo, mas não vazio. Era preenchido pelo som ritmado de nossas respirações, pela batida acelerada de nossos corações, ansiosos um pelo outro. Não precisávamos de palavras; nossos corpos falavam uma língua que compreendíamos perfeitamente. Minhas mãos te exploravam, nossos lábios descobriam, e cada centímetro de pele tocada parecia uma nova revelação, um segredo que nos aproximava ainda mais.
Na penumbra, nossos olhares se encontraram, e naquele instante, parecia que o mundo inteiro cabia no seu olhar. Havia uma intensidade, uma promessa silenciosa de que, independentemente de tudo, aquele momento seria nosso, guardado para sempre na memória. O desejo nos consumia, mas havia mais do que isso: havia um carinho profundo, um afeto que transcendia a paixão física, nos unindo de uma forma que poucas palavras poderiam explicar.
Nossos corpos se moviam em perfeita harmonia, como se dançássemos uma música serena, guiados por uma melodia que só nós dois conhecíamos. Os minutos passavam, mas naquele instante, o tempo parecia irrelevante; cada segundo parecia se estender, tornando-se infinito. O prazer que compartilhávamos era tão intenso quanto o amor que sentíamos, algo que aquecia meu corpo e tua alma.
Finalmente, quando o clímax veio, foi como uma onda que nos envolveu e, em seguida, nos deixou à deriva em uma maré calma, onde tudo era paz e saciedade. Permanecemos juntos, abraçados, sentindo a respiração um do outro diminuir, os corações desacelerarem, sem a menor vontade de nos afastar. Naquele momento, não havia nada além de nós dois, envoltos em um amor que, embora fragmentado por aquela noite, seria eterno em nossas lembranças.
E assim, no silêncio que se seguiu, eu soube que havíamos vivido algo precioso, algo que carregaria comigo, mesmo quando a noite finalmente desse lugar ao amanhecer, e a penumbra desaparecesse no destino vindouro.
14 jan 2025 (13:34)