sinestesia

Medo do escuro

Em um poço de metáforas 

Me perco diante tantas palavras 

Que me lembram o sentido do que sinto 

Como escrever uma parábola?

Se ainda o que conheço é o nada

Letras tortas em desalinho 

Dura metamorfose de pensamentos 

Imóvel em outra estrofe

Observando contratempos 

Escrevendo, lendo e entendendo 

O que a vida me entregou 

Foi exatamente o que me faltava 

Aquilo tudo me intrigou 

Ficou nítido, eu apenas observava

Antes estava vazio a minha morada

Foi preenchido com reflexões amargas 

A criança caiu em sono profundo 

Acordou sem medo do escuro 

As lágrimas tão secas quanto areia 

O sentimento se escondendo 

Como a lua cheia.