Paulo de Tarshish

Sonhador

Glória a ti!

Ó, abençoado Sonhador!

Quando fechas o teu olho direito,

Meditas no teu Ser, que é Soberano Construtor.

 

Construtora que é Ela mesma o material,

Construtor que é Ele mesmo a ferramenta.

Teu pensamento é Arquiteto,

Tu, que és tudo e tudo sustenta.

 

Tu és o tudo, que tudo contém,

Tu és nada, que nada teve ou terá.

Tu és a vida e a morte,

Tu és a estrada que todo o ser percorrerá.

 

Ó, meu amado e amada,

Minha mãe fértil, e meu pai inafável!

Tu conténs em ti toda as essências

Tu, que és sem forma e ainda assim mutável. 

 

Os ignorantes refletem a sua humanidade em ti,

Pensam que a fúria te consome, como consome os seus corações!

Dizem que a tua ira é suprema!

Mal sabem eles que não sentes emoções.

 

Não tens povos escolhidos,

Nem tens sacerdotes que te sirvam!

Não tens Templos a ti Erguidos,

Nem fanáticos, que em teu nome almas persigam!

 

Quando deixo de pensar e medito,

Eis que me vejo, e sei que sou teu.

Nesse silêncio que és tu,

Sei que esse silêncio sou eu.