Bingus McBongus

Céu Vitral

Como o céu de vidro, de tão hialino
Faz de minha mente diafaneidade.
Como minha mente de vidro, de tão diafana
Faz de meu sangue vermelho água fresca.

Como meu crânio esqueceu dessa cor de céu?
Cor sem tom, sem Sol, sem Lua, sem nada.
Como lembrar de algo que não há?
Como lembrar de um céu sem cor?

Não tenho pés e não tenho mãos.
Não tenho olhos e não ouvidos.
Só sentimento transparente,
Que, sem palavras, me faz lembrar de tudo.

Pele descasca; Carne desfia.
Ossos esfarelam; Órgãos apodrecem.
Tudo some e nada sobra.
Durmo nas placas frias de vidro.