Lucas Guerreiro

Abandonado a ser livre

Vejo o sol, vejo a lua,
Vejo o vento e as nuvens no céu
E não vejo nada.

De mim, estão longe.
Para mim, nada são.
Nem parente, nem amigo,
Nem vizinho ou próximo.

Nem sabem coisa alguma.
Se falo bem, se falo mal,
Não se importam, não se queixam.

Ao olhar para eles,
Já não olham de volta,
Dão-me as costas e,
Para longe, se vão.
Em estranhas elipses, seguem seu caminho.

E eu, para onde vou
Sem sol, lua ou estrelas para me guiar?
Vozes distantes dizem-me:
Construa seu próprio caminho.