Metamorfose

Perguntas ao céu

Eu grito aos céus,

Aos deuses que habitam o vento,

Ao universo que me cerca em silêncio,

Aos anjos que deveriam velar por mim.

 

Por que tudo isso ao mesmo tempo?

Por que o peso que curva meus ombros

E a tempestade que ameaça meu barco de papel?

 

Sinto que afundo, cada vez mais,

Num mar que não perdoa,

Que testa minha força e minha alma,

Como se eu fosse feita de aço. 

 

Mas, no eco das perguntas,

Talvez a resposta não venha de cima,

Talvez seja eu, a capitã de mim mesma,

Aprendendo a flutuar entre as ondas.