Estou cheia de beijos dele.
Me prendo às estrelas em meu estômago e a luta para tirá-los de minha alma já não existe mais.
O dia transcorre por minhas veias e ainda sinto borboletas batendo as asas em meus ouvidos.
Ainda estou cheia de beijos dele.
Palavras enchem minha boca e as engulo de volta, lhe direi que tudo é amor quando quiser me mostrar seus furacões de dúvidas e sentimentos velados.
Protejo mão e coração, quebro meu espelho que transborda medo ao tentar ver o fundo de meus olhos. Destranco a janela, a chave nunca esteve comigo, e sim, no fundo de seu paletó.
Quero estar cheia de beijos dele.
Seu relógio de bolso caiu quando correu e desapareceu, esparramou entre engrenagens um futuro incerto para todos os lados, sem volta.
Reflexo distorcido em vidro quebrado, ponteiro marca 19:26, não preciso mais dele para entender o tempo e como ele ri de minha inocência e hipocrisia. Não nego admiração, ademais, gratidão.
Me pergunto até quando terei a pele cheia de beijos dele.