Eu te amo,
e o amor, às vezes,
é uma tempestade que nos encontra sem abrigo,
uma casa de janelas abertas no inverno,
mas também é a brasa que resiste no frio mais longo.
Ele não é perfeito,
assim como nós não somos,
mas há algo de sagrado no imperfeito,
como a teimosia de uma flor que nasce na rachadura do asfalto.
Te amo na luz,
mas também na sombra que fazemos ao fechar as cortinas.
Te amo quando as palavras cortam,
e o silêncio pesa como um céu antes da chuva.
Mas há sempre um gesto,
um olhar,
algo que nos faz voltar,
como rios que aceitam seu destino no mar.
Eu erro.
Erro quando falo demais,
quando calo aquilo que deveria ser dito.
Erro quando esqueço que amar é ceder,
é abrir espaço no caos do \"eu\" para o \"nós\".
Mas tu também erras,
e nossos erros se reconhecem no mesmo sofá,
onde o perdão acontece sem palavras.
O amor não é suave,
mas é resiliente.
Ele tropeça, mas não para de dançar,
promete, mas não garante perfeição.
Eu te prometo,
não um caminho sem pedras,
mas mãos que te seguram quando tropeças.
Prometo ouvir,
mesmo quando minha dor fizer barulho.
Prometo ser aqui,
mesmo quando o mundo pesar nos teus ombros.
Porque o amor não é feito só de acertos,
mas da coragem de tentar,
de noites em claro e manhãs que começam em silêncio,
de mãos que se tocam,
mesmo quando deixam algo cair.
Te amo,
não apesar de nossas falhas,
mas através delas.
Te amo como se ama o imperfeito,
como se ama o nascer do sol em um céu nublado,
como se ama o calor de uma lareira que estala,
mas nunca apaga.
O amor é isso:
uma dança em um chão irregular,
onde tropeçamos, mas não desistimos de dançar.