Uma história entre o poema e a poesia.
Não vou dizer era uma vez, pois nunca fomos, posso dizer um dia seria, se nós não fossemos míopes.
Eu era um poema recém escrito
Você, uma poesia melodiada.
Eu ainda procurava minha melodia;
E você? há, a sua já havia sido cantada.
Meus versos falavam:
Da lua
Do mar,
Das borboletas,
E do tic tac do relógio.
Os seus, diziam sobre:
As estrelas,
Sobre a Areia,
As flores,
E sobre os Ponteiros.
Os cachos dos meus versos,
se enrolavam nos seus,
E o teu ritmo da batida me ajudava a encontrar o meu.
O sol sorria para nós
A terra girava no som dos nossos passos,
O caminho era belo
(seus olhos também eram).
Eu estava feliz…
E você?
Me queria, e..??
Enfim.
Mas havia um problema,
Em todas essas coisas.
Eu já sabia a um tempo,
Mas não queria ver,
Nadei contra a correnteza.
Acontece, que eu cantei sua melodia,
E você??
Sequer conhecia a minha?
Acho que faltou lógica na nossa ótica,
Ou atenção na paixão,
Até mesmo amor, em todo aquele calor…
Te enxerguei. Me entreguei,
Tudo eu fiz, e você;
comigo foi infeliz.
Dizem por aí, que o poema é Mais fácil de entender,
Mas, na real,
Tem que ???.
Interpretar, viver, sentir e absorver.
Agora,
Sou um poema recém melodiado,
Você, uma poesia pronta para ser interpretada.
Houve dois poréns;
Eu não soube te cantar,
E você não soube me ler.
Talvez eu fosse ‘’nova demais’’
Rimada demais…
Ou, você só não se deu o bastante.
Talvez você seja complexo demais, pra um simples poema…
Seria nós;
Sol e Lua,
Água e Óleo,
Preto e Branco,
Par e Ímpar,
Mas por que, nunca perfeitos?
Mudei minhas rimas,
Para em você me encaixar,
E nem um esforço ?????? você fez,
Para comigo rimar.
Antes me culpei;
chorei,
me isolei,
Senti demais,
Fracassei.
Depois a culpa em ti coloquei;
Parei de chorar,
De me isolar,
Mas ali,
O vazio ainda estava.
Parei pra pensar: ‘’ Eu não tenho culpa’’.
Tua voz
(do teu triplex alugado na minha cabeça)
Disse: ‘’ nem eu, não me põe nessa luta’’
Eu te conheço tão bem...
Sabia que agora uso óculos?
Você devia fazer exame,
Evitar, com outro alguém,
Um outro vexame.
E agora, esses versos você vai ler
E nunca vai entender
Que foram feitos para você