Recinto e sinto mil formas de te amar,
Recito palavras, tentando encantar.
Persisto com meu olhar frio a vagar,
No vazio imenso, perdido a velejar.
Doloroso é o ronco da meia-noite a chorar,
Escuto ao longe, sem poder te confortar.
Percebo que há tempos eu vivo um grande luto,
De memórias mortas, guardadas no oculto.
Pois vejo que o tempo não quer me esperar,
De olhos fechados, eu tento sonhar.
Mas quando desperto, só sei lamentar,
Preso em tristeza, sem saber me soltar.
Vivo frágil, fácil de manipular,
Vejo o perigo e só quero escapar.
No eco das sombras, emoções á me assombrar,
E os medos antigos retornam, a me quebrar.
Venci como um idoso na praça a sentar,
Apenas pensando, sem querer lutar.
Escrevo palavras pra me libertar,
E a paisagem, a deslumbrar.
Aceito a jornada, deixo o vento me levar,
Sou só um garoto perdido a velejar.