Hoje, meus olhos encontraram os teus,
E por um instante, o mundo silenciou.
Havia algo no teu sorriso, tão leve, tão meu,
Que o tempo, rendido, simplesmente parou.
Te abracei como quem toca o infinito,
Sentindo o calor que só tua pele tem.
Um laço invisível, forte e bonito,
Mas será que em ti ecoa o mesmo além?
Meu coração dança ao compasso do teu,
Em cada encontro, em cada segundo.
Mas a dúvida, como sombra, se ergueu:
Será que compartilhas o meu mundo?
Teu toque é ternura, teu cheiro é poesia,
E no teu abraço, eu encontro meu lar.
Mas se teus sentimentos são melancolia,
Diz-me, amada, devo sonhar?
Hoje vi em ti o universo inteiro,
Mas o medo sussurra, calado, cruel.
Sou eu, somente eu, o prisioneiro,
Ou há, em ti, também o sabor do mel?
E mesmo que tua dúvida seja imensa,
E teu coração ainda não decida,
Eu guardarei cada abraço, cada presença,
Pois amar-te já é o sentido da vida.
Mas hoje vi tua foto, outro olhar, outro riso,
E meu peito pesou como quem perde o chão.
Será que sou apenas mais um improviso,
Ou buscas em outros o que falta em minha mão?
Dói pensar que talvez não seja tão sério,
Que teus passos sigam por trilhas incertas.
Eu quero ser porto, não mais um mistério,
Mas temo que teu coração escolha portas abertas.