Fabricio Zigante

EM UMA NOITE...

Repousei-me no leito em sono profundo,
Fatigado das labutas e sofrimentos
Declinei a fronte pálida e abatida
Olvidando o tempo, os pesares e o mundo.

 

Porém o vento, de me acordar tratou
Na brisa suave como o toque de suas mãos
Quando tão somente ao meu ouvido
O teu nome suspirou...

 

Ah, nem mesmo dormindo consigo te esquecer!
Vem o vento cruel o teu nome suspirar,
Eu acordo e me reviro em meu leito,
Me invade a loucura, o desejo, o querer.

 

Meus olhos se fecham e adormeço novamente
Me viro para o lado e vejo o teu vulto
Deitando em meu leito no lugar antes vazio,
E o teu cheiro, o teu perfume vem me invadir a mente.

 

Me falou então de um porvir de amores
Tuas mãos cálidas me afagaram o rosto
E teus róseos lábios a sorrir se abriram
Quando me prometeu ainda um viver de flores.

 

Me pediu para recitar a poesia que compus,
E a enaltece-la como sempre fiz,
Minha fronte foi coberta pelo véu de teus beijos
E me amou sorrindo no quarto escuro sem luz.

 

Naquela noite doce como o som da lira
Meus olhos se abriram e triste chorei
Pois a tua imagem e teus carinhos eram irreais,
Era uma ilusão, era tudo um sonho, era mentira!