Anna Gonçalves

Tempo

Na caminhada diária ao trabalho

Observo as casas e suas arquitetura

Cada fachada conta sua própria história

Em cada qual com todas as suas memórias

Na varanda de uma delas, uma idosa se assenta

Na cadeira de área, testemunha tranquilamente

Observa as pessoas, como a vida se reinventa

Nesse vai e vem, na correria do cotidiano, sempre presente

Seus olhos fixados para um passado muito distante

Onde o tempo a tocava ao som da juventude 

Lembranças que fluem como rio constante

Na varanda, na cadeira, em uma doce e leve reverência

Assim, ela aguarda tranquila e paciente

O resto do tempo que há ainda de passar

Pois o tempo é independente

Onde o agora é

o eterno lugar