Morrerei incompreendida, mas fiel a mim.
Carregarei no peito a solidão dos que amam o indizível,
O paradoxo de existir em um mundo que não vê
O mistério contido naquilo que apenas é.
Morrerei como quem guarda um segredo antigo,
A palavra nunca dita, mas que sempre pulsou.
Será que alguém escutou o som do meu silêncio?
Ou fui apenas um eco que o vento apagou?
Morrerei sem pedir nada,
Sem exigir que me expliquem, que me aceitem,
Pois viver já foi uma confissão inteira,
Um voo cego em direção ao infinito que me pertence.
Quando o último instante vier como um sussurro,
E eu desaparecer nas entrelinhas do tempo,
Que fique este rastro:
Não precisei ser compreendida para ser completa,
Pois morrerei incompreendida, mas fiel a mim.