Ainda sou poesia
porque o pensamento não cala,
porque grita tão alto
que me ensurdece.
Porque pergunto tanto
e duvido demais,
porque o moderado
sempre me é insuficiente.
Porque ainda que no inverno,
sou chama,
porque mesmo no raso,
me afogo.
Porque sempre choro
por muito pouco
e porque amo
por muito menos.
Porque recito poesia
na minha própria língua.
Porque danço a canção
do meu próprio (uni)verso.