É preciso amar as pessoas
como se o amanhã fosse vento,
e tudo que existe flutuasse,
sem peso, sem tempo.
Amar assim:
como quem segura um suspiro,
como se o instante fosse eterno,
como quem olha uma flor ao sol
sabendo que ela murcha na noite.
É preciso amar sem relógio,
sem pressa e sem medida,
como quem descobre
que a vida é feita de tardes lentas
e de gestos pequenos.
Porque amar é dar nome ao silêncio,
é abrir os olhos na escuridão,
é sentir no peito o eco do mundo
e, mesmo com medo,
seguir com a alma acesa
como quem confia,
mesmo sabendo que o amanhã
é uma promessa invisível.
E amar, então, como se fosse o último ato,
com a coragem dos desesperados
e a beleza dos ingênuos,
pois só o amor
é eterno enquanto nasce,
a cada instante,
como se o tempo fosse nada
e o coração, tudo.
26 dez 2024 (13:17)