É Natal e eu não estou feliz,
O dia é só um detalhe de tudo aquilo que não nos condiz.
As luzes brilham, mas não aquecem,
O coração parece distante, a minha alma padece.
As ruas são um desfile de cores e sons,
Mas dentro de mim, o vazio é só o que se expõe.
É Natal, sim, mas o que é o Natal
Se ele não cura a dor de um mundo desigual?
Entre risos e abraços forçados,
Eu sigo na multidão, entre olhares cansados.
É Natal, mas o que é o Natal para quem não tem chão?
O que é o Natal para quem já perdeu a canção?
Que seja então o Natal da reflexão,
Onde possamos ver, ao menos, a humanidade em canção.
Pois, além da festa, das trocas e do brilho,
Há um Natal que é só um lamento, um eco vazio.
É Natal e eu não estou feliz,
O dia é só um detalhe de tudo aquilo que não nos condiz.
As horas se arrastam, mas o tempo é só um engano,
Nada se resolve, nada se acalma, nada é humano.
As ruas se enchem de sorrisos, mas são sorrisos vazios,
E eu, aqui, perdido, entre todos os arrepios.
É Natal, mas não há estrela no céu,
Só um silêncio que ecoa, um lamento cruel.
As árvores brilhando, mas as folhas caindo,
E eu, a cada passo, vou me perdendo, me extinguindo.
A mesa cheia, mas ninguém se alimenta,
O vazio se serve, a dor não se contenta.
Não há fim para essa noite, não há fim para a dor,
A cada passo, o vazio se faz mais atroz.
É Natal, mas a tristeza não se disfarça,
E o que resta é um eco, que nunca se embarca.
24 dez 2024 (10:45)