Letícia Alves

Lágrima que escorre e o vento seca

A lágrima é o corpo da doce despedida
que não pode ficar encapsulada lá dentro
e assim é manifestada do lado de fora,
como uma flor que criou raízes profundas
e uma estrela que despontou.

Uma memória de dentro d’alma para
fora do corpo, escorrendo neste corpo,
um sopro de um amor esquecido, de uma
vaga lembrança, de uma galáxia que
repousa na bochecha de quem chora
para esquecer ou dos que choram em
rememoração à última razão viva.

A lágrima-corpo é uma forma de
remendar o coração; de viver de
novo ao sentir a brisa secá-la.