Talvez o dia, em sua mansidão, se apague,
e com ele as dores, que em meu peito ardem.
Talvez as aflições, como névoa ao sol,
se dissolvam em um instante de alarde.
Quem dera o caos, tão íntimo e cruel,
se rendesse ao cansaço e silenciasse.
Eu pediria ao universo, sem temor ou vaidade,
a paz de existir sem que o peso ameaçasse.
Não quero glórias, nem promessas de eternidade,
apenas o repouso de um ser em harmonia.
Um alento que cale os atritos do mundo,
e transforme o agora em doce calmaria.
Que o universo, com sua grandeza sem fim,
ouça esse sussurro que em mim se faz oração.
Um pedido simples, de um coração cansado:
descansar na paz de uma breve razão.