Avelino

Saudades dos Pais

Há um vazio que dança no peito

Um chiar de um ar que não perece

É o tempo, dizem, que passa

Mas esse só passa para quem não esquece 

 

Na gaveta, um relógio sem pulsos

Marcando o infinito no meio de segundos

E vem do nada o aroma etéreo que

Se desprende de cada alí, mistério

 

São olhos em fotos que não vêem mais

Vozes, ecos de um lar agora vazio 

Tocam música que nunca cessa

Range a porta, assobia o vento, escurece 

 

Ah saudade, um algo sem tradução 

Falado só por quem perde o chão