Há um vazio que dança no peito
Um chiar de um ar que não perece
É o tempo, dizem, que passa
Mas esse só passa para quem não esquece
Na gaveta, um relógio sem pulsos
Marcando o infinito no meio de segundos
E vem do nada o aroma etéreo que
Se desprende de cada alí, mistério
São olhos em fotos que não vêem mais
Vozes, ecos de um lar agora vazio
Tocam música que nunca cessa
Range a porta, assobia o vento, escurece
Ah saudade, um algo sem tradução
Falado só por quem perde o chão