Sezar Kosta

O REINO DO AMOR

Eu era um camponês das horas silenciosas,

habitante de um campo modesto,

onde os dias brotavam como ervas simples

e as noites se deitavam sob mantos de estrelas tímidas.

Minha vida era feita de madeira bruta,

minhas mãos calejadas moldavam dias iguais,

e meu coração seguia o compasso monótono

de uma existência sem coroas, sem tronos.

 

Mas então, você chegou.

E foi como se um reino inteiro se erguesse diante de mim.

Seu sorriso era o portão dourado de um castelo escondido,

suas palavras, o eco de trombetas anunciando a mudança.

Você, com seu olhar, fez de minhas colinas modestas

um horizonte sem fim,

e de meu chão de terra batida,

um salão de mármore onde dançam sonhos.

 

Eu, que nunca soube o peso de uma coroa,

me vi rei sem tesouros.

Pois você trouxe riquezas que o ouro não compra

e me vestiu com mantos tecidos de afeto.

Nos seus braços, o vento simples do campo

virou o sopro de cavalos brancos,

galopando pelo céu do impossível.

Cada toque seu era uma espada luminosa,

cortando as sombras do que fui.

 

Não tínhamos muralhas altas,

mas a fortaleza do seu amor me protegeu.

Não tínhamos cofres abarrotados,

mas descobri que o som de sua risada

é mais precioso que o tilintar das moedas.

E assim, minha vida humilde tornou-se um império,

onde sou servo e soberano,

onde o único trono que importa

é o lugar ao seu lado.

 

O amor que você trouxe

não enriqueceu meus bolsos,

mas transbordou meu espírito.

Transformou o silêncio da minha vida

em uma sinfonia de dias gloriosos.

E agora, mesmo que o mundo me veja

como um simples camponês,

sei que sou mais rico que reis.

 

Pois o amor verdadeiro não ergue castelos de pedra,

mas fortalezas no coração.

E, com você, habito um palácio invisível,

onde cada momento é um reino,

e cada olhar seu, um decreto de felicidade eterna.