Eu era um camponês das horas silenciosas,
habitante de um campo modesto,
onde os dias brotavam como ervas simples
e as noites se deitavam sob mantos de estrelas tímidas.
Minha vida era feita de madeira bruta,
minhas mãos calejadas moldavam dias iguais,
e meu coração seguia o compasso monótono
de uma existência sem coroas, sem tronos.
Mas então, você chegou.
E foi como se um reino inteiro se erguesse diante de mim.
Seu sorriso era o portão dourado de um castelo escondido,
suas palavras, o eco de trombetas anunciando a mudança.
Você, com seu olhar, fez de minhas colinas modestas
um horizonte sem fim,
e de meu chão de terra batida,
um salão de mármore onde dançam sonhos.
Eu, que nunca soube o peso de uma coroa,
me vi rei sem tesouros.
Pois você trouxe riquezas que o ouro não compra
e me vestiu com mantos tecidos de afeto.
Nos seus braços, o vento simples do campo
virou o sopro de cavalos brancos,
galopando pelo céu do impossível.
Cada toque seu era uma espada luminosa,
cortando as sombras do que fui.
Não tínhamos muralhas altas,
mas a fortaleza do seu amor me protegeu.
Não tínhamos cofres abarrotados,
mas descobri que o som de sua risada
é mais precioso que o tilintar das moedas.
E assim, minha vida humilde tornou-se um império,
onde sou servo e soberano,
onde o único trono que importa
é o lugar ao seu lado.
O amor que você trouxe
não enriqueceu meus bolsos,
mas transbordou meu espírito.
Transformou o silêncio da minha vida
em uma sinfonia de dias gloriosos.
E agora, mesmo que o mundo me veja
como um simples camponês,
sei que sou mais rico que reis.
Pois o amor verdadeiro não ergue castelos de pedra,
mas fortalezas no coração.
E, com você, habito um palácio invisível,
onde cada momento é um reino,
e cada olhar seu, um decreto de felicidade eterna.