Ela me disse, num sussurro singelo,
Que a tristeza lhe chegara sem aviso,
Um véu de nuvens encobrindo o belo,
Um eco mudo no que antes era riso.
Quis dizer-lhe o quanto ela ilumina,
Que a admiro na essência, na alma e no olhar,
Que sua presença, tão doce, me fascina,
E faz meu mundo inteiro pulsar.
Seu sorriso é um lar que me abraça,
Sua voz, um canto que me leva a vagar,
As mãos, um porto onde o tempo não passa,
Seu colo, o refúgio onde posso ancorar.
Mas hoje, escrevo para que ela saiba,
Que sua tristeza me dói, me parte o ser,
Que tudo o que quero é ser a luz que caiba
Na fresta do mundo que ela quer ver.
Se pudesse, a envolveria em um abraço,
Beijaria sua fronte, tão leve, tão calma,
Mas deixo este poema em traços,
Com esperança de aquecer-lhe a alma.
E ao partir, digo apenas em prece:
Que a noite lhe seja gentil e serena,
Que amanhã o sol renasça e esclarece
Que sua beleza é a cura da cena.