Abro as pálpebras, corro sobre a grama verde. Sob o abraço estelar aqueço minha pele. Vejo, distante, a noite que se repele. Sorrio, sinto-me liberto do peso, sigo em frente, e meu espírito aceso. Sem a percepção, diante minha visão, surge a casa. Eu, desnorteado em êxtase, sem saber o que me esperava.
Em amarelo a parede se banhava, em madeira velha o muro se constituía. Fortes risos, meu pulmão se esvazia, em frente a porta, bem-vindo ao fim da linha. Dentro estou, uma saída ao fundo. Confuso, a entrada se replicou. O calor foge, refrigeração é o que sinto. Da luz que enchia o estômago, encontro-me faminto.
E, novamente, a porta se abria. O cenário se repete, mas apenas em morfologia. Trevas entopem minhas retinas, soava o auge das longas matinas. As madeiras do cercado em brasa, ardendo em chama; o céu em sua verdadeira face, negro como obsidiana. Sob a garoa de cinzas e os beijos lunares, corri sem calma, sobre a grama queimada, desbravando o caos de minha alma.