O Natal não é um dia marcado no calendário,
mas um instante que reverbera no silêncio do abraço.
É a faísca que acende os olhos
de quem se reencontra,
de quem se perdoa,
de quem se reconhece na luz do outro.
Entre os passos e os espaços,
há a promessa de união,
mas também o eco das ausências,
que ganham corpo
quando o coração se abre
como uma porta esquecida pela chave.
As memórias entram e saem,
levando consigo o peso do tempo
e deixando a leveza do que realmente importa.
No simples gesto,
no olhar que diz tudo sem dizer nada,
o mundo se reinventa.
É aí que a distância se dissolve
no calor dos corações,
no toque invisível que não se vê,
mas pulsa em cada encontro.
O Natal é mais que celebração;
é a alquimia do ser.
É quando a dor não é inimiga,
mas uma mestra paciente,
e o amor se torna espelho
que revela o que há de mais belo em nós.
A vida não pausa.
O relógio não espera.
Mas o Natal nos ensina que,
em cada segundo,
há uma chance de recomeçar.
De ser generoso,
de ser luz,
de espalhar amor sem medida,
sem palavras,
como o vento que acaricia sem forma.
Que o espírito do Natal
não seja um instante isolado,
mas uma semente viva,
plantada em cada amanhecer.
E, ao final da jornada,
quando olharmos para trás,
que possamos ver um rastro de união,
de paz e de renovação.
Então, teremos cumprido o ciclo:
fazendo do Natal
não um dia,
mas um eterno recomeço.