Dalvanny Almeida

MEU DIARIO

Quem olha se a casa, encontraria logo um portão, grande verde.

Abrindo estaria no quintal, onde outrora houvera um pé de mangueira, e no fundo do quintal havia um pé de coqueiro e outro de goiabeira onde as crianças brincavam.

Eu estava esquecendo de falar do abacateiro que delícia de abacate. 

Ouvi uma voz familiar sempre a me chamar, crianças venham comer o quebra torto!

Poderia distinguir facilmente a sua voz, era da vovó kita.

Naquele tempo divertimos muito, tínhamos todo seu carinho, afeto e proteção.

Dentro da casa havia dois quarto, uma sala, e uma cozinha de alvenaria, Onde morava eu, meus irmãos, meus pais e minha querida avó kita.

No fundo do quintal encostado na casa havia duas repartições  de tábua, era um dois quarto da vovó kita.

Na sala havia uma televisão preto e branco, que funcionava a bateria, a iluminação era o lampião.

O ferro de passar era a carvão.

A água era trazida direto no latão.

Para pegar água, tinha que enfrentar um filão.

a água era retirada de uma caixa de água.

A água para encher o galão.

Mamãe fazia uma Rúdia e colocava na cabeça, para carregar o latão.

Ao chegar em casa despejava no tampor, isso era várias vezes até encher o tambor.

As roupas eram lavadas em uma mina que havia bem distante dali.

A privada era de tábua onde era feito as necessidades, somente o de alvenaria usava para banho.

Morávamos ali, somente quatro anos, depois da construção da nossa casa de alvenaria.

Depois que chegou a energia, usufruímos pouco ali.

A prefeitura resolveu comprar a nossa casa, imagine pra que.

Pois aumentou a população, e a roubaria também.

Ouvi dizer, pelas paredes, que iria ser um posto policial.

Imaginei!

O quarto da nossa casa, vai ser cadeia para prender os marginais!

Depois da venda.

A casa de tábua foi derrubada, só ficaram recordações.

Olhando na frente da casa, ainda parecia a mesma, não mexeram com nada.

Todas as vezes que eu, e a vovó kita passava por ali.

  Eu sentia muita saudades da casa, porque foi ali, que meus dois irmãos caçula nasceram.

Sempre eu queria passar naquela rua, só pra ver a casa.

Em meus sonho sempre sonho, com aquela casa.

não sei porque essa ilusão ou ficção.

Depois de alguns anos, que morávamos em outra casa, fiquei adolescente e depois casei, casei bem jovem da adolescência e tive dois filhos.

A vovó kita chegou de cuidar deles, lembro bem do geito dela de ninar meu filhos na rede.

Lembro também no tempo da adolescência ela me ensinado a tira caroso do algodão, e depois estilos lo, para outro processo, aí vinha a fabricação de fios, ela sempre dizia quatro rolo de linha daria de fazer a rede. Só não cheguei a tecer.

anos depois a vovó kita morreu.

Chorei muito, pela falta que ela me fez.

Seus conselhos e recordações, estarão sempre vivos, no meu coração.

Eu era a sua companhia, desde criança, para procurar folhas medicinais, que ela gostava de preparar, os remédios naturais.

Algumas de suas receitas, eu aprendi.

Além disso agente ia atrás de estercos, onde também ela me ensinou a plantar e cultivar a terra, para plantação.

Aprendi fazer culinárias, indígenas com ela.

Pois ela era filha de índia de MT.

E por saber que nunca mas, iria mas ver, me deu uma solidão.

Só me alegra em saber, que ela descansou nos braços do pai, e um dia irei encontra lá, na eternidade.

Parei de passar enfrente da casa, pra não fica sofrendo.

Os anos passaram.

Resolvi rever a casa, para recordar os tempo de criança, que passei com a vovó kita, e recordar o tempo bom, que não volta mas.

Derepente!

Olhei para ver a casa, algo me surpreendeu, cadê a casa!

Assim imaginei eu.

Uma tristeza bateu no peito, e o meu coração doeu.

Derrubaram a casa, o que vão fazer aí?

Assim pensei eu.

A vovó kita já morreu, agora a casa também já se foi.

Depois fiquei sabendo, que o posto policial tinha mudado e que ali, iria ser uma biblioteca. 

Pensei!

A vovó kita e a casa foram embora, e não volta mas.

Dois anos se passaram, voltei passar naquela rua, enfrente onde foi derrubada a casa.

Para minha surpresa!

BIBLIOTECA COMUNITÁRIA SABER COM SABOR, ali no pedregal se formou.

Que linda biblioteca, ficou na lembrança, o tempo de criança.

in memória a casa e a vovó kita. 

 Desta casa uma linda história nasceu.

a biblioteca trouxe a vida,  a vida renasceu no coração de uma poeta sofredora.

sonho nunca morre.

 

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LINGUAGEM CUIABANA:

 

Quebra torto - Lanche

Rudia - pano torcido e enrolado para apoiar objeto na cabeça 

Privada - banheiro 

 

 

Autora: D.Almeida