Fabricio Zigante

QUISERA EU...

Quisera eu que soubesses algum dia
Do sentimento que tenho por ti guardado!
Do sonho que infindas ilusões embelecia,
Nas noites que a tua espera tenho velado!

Oh, donzela de meus infindos sonhos,
Eu amei contigo nas ilusões e delírios,
Eu a tive ao meu lado nos momentos risonhos,
E amei contigo nos prados ao perfume dos lírios!

Nos meus sonhos de camélias e de rosas,
Nas minhas ilusões, delírios tantos e risonhos,
E nas minhas tristes, solitárias noites chorosas
Em que sonhei contigo, donzela dos meus sonhos!

E quando acordava aos prantos em meu leito
Rolava como doente, como um louco pela cama
Não suportando dor pungente que afligia o peito,
Gemendo prantos, por ti, a dama que meu coração ama!

Amorosa visão me trás ao peito ainda
Quando releio as páginas já escritas,
Os velhos textos, poemas de amor tão somente...
Em que sonhos de amor e ilusões ditas
Em delírio de apaixonado me ofuscavam a mente!

Oh! Velhos poemas de amor um dia escritos
Para ti, donzela que na vida eu tanto amo,
Repousaram comigo no triste leito os manuscritos
Que carregam os louvores para a dama que clamo!

Sobre meu rosto de tristeza abatido
Uma perdida lágrima desce rolando...
Chorei... e creio que essa lágrima tenha sido
Pela paixão que no peito venho carregando!