Assombrado eu estava;
No que era tão proclamada a noite feliz;
Me escondi em local de trabalho como de costume;
Me despi das túnicas da ignorância e me pus em lágrimas;
Naquele local, esbranquiçado como gostaria minha mente;
Derramei tudo oque havia guardado em mim;
Sangro até hoje como sequela do furo que tive de fazer;
Ainda há lágrimas nestes locais.
As músicas já dedicadas;
Os planos já moldados;
O futuro tão próspero;
Tudo isso se fez ali, túmulo de minha esperança;
Embaçados olhos, quase arranquei-os;
Coração ardente, não por amor desta vez;
Sem postura ou equilíbrio, não por medo, mas por face as consequências;
Nada que temos culpa, é a vida.
Já em fim da vela que foi essa história, só restaram cinzas;
Não há mais pavio que acenda;
Por mais que tentasse, acabou-se;
Já não choro mais.
A dor ainda existe;
A ficha ainda não caiu;
A esperança já se desfez;
Mas essas, são lágrimas de um Natal passado.